0,50m x 0,49m
Mas mantêm o sentimento
Corre como o fogo levado pelo vento
Então se desfaz o tormento
Que vê
escorrega o pensamento
nas veias do contentamento
O poder da criação
Não carrega a ambição
Natural de toda vida
Fruto da alucinação
A morte
Quando a arte impressiona
Trás no tempo
O nascimento
Da mesma cor num outro momento
A despedida.
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Esse sou eu
é assim que me vejo
no espelho:
desfigurado
incendiado
o olho de lobo
fixo na presa
e você sem pressa
se estende nua
e lânguida no reflexo
do meu desejo.
que pulsam-me os dias quentes
de desejos febris.
Ah, essa descontrução de mim
que em ti crio chamas
de um nós cheio de ardis.
Junte-me os traços
criem-se laços
De um novo passo
-Alucinado-
que está por vir.
Alucinado
Ali
Se nado
Lúcido
Ou nada
Fado
Sem fada
Lido
Errado
Prosa acabada...
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Um pouco de mim perde a razão
se consome, arde em chamas
desvairado, indecente
se entrega em sacrifício
Inebriado se perde no caminho
Viajar sem destino
pó, fumaça, delírio
.
Um pouco de mim se encanta
rompe as amarras
camisa de força
espelho da alma
nos olhos da moça
que não sabe nada
deste alucinado mundo
.
Agora é tarde
agora já era
um pouco de mim se apressa
Digam-me bocas caladas,
já que a loucura não cessa,
quem trás a verdade?
Um pouco de mim não entende
insiste, alucinado, viagem,
seguir em frente.
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